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 A Polícia Federal desmarcou o depoimento do líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, em um inquérito que investiga uma postagem contra o presidente Jair Bolsonaro no Twitter. A investigação foi aberta no ano passado com base na Lei de Segurança Nacional. Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou urgência na análise de um projeto que revoga a lei.

Após receber a intimação, a defesa de Boulos teve negado um pedido para que o depoimento fosse virtual. Isto porque uma norma na lei exigia que fosse presencial.

Boulos viajaria a Brasília nesta quinta-feira, mas a PF o avisou que não teria uma sala disponível para o depoimento em razão de a capital estar sob lockdown.

A investigação foi aberta a pedido do então ministro da Justiça, André Mendonça, que hoje está na Advocacia Geral da União (AGU).

Boulos é investigado por supostamente ameaçar Bolsonaro. Na publicação na rede social em abril de 2020, ele fez a seguinte afirmação: “Um lembrete para Bolsonaro: a dinastia de Luís XIV terminou na guilhotina”.

O líder Sem Teto disse que se referiu a uma declaração do presidente em abril do ano passado, quando Bolsonaro esteve num ato que defendia, entre outras bandeiras, a intervenção militar. Na ocasião, o presidente disse : “Eu sou a Constituição”.

Boulos que concorreu à presidência da república e a prefeitura de São Paulo, não é o primeiro político a ser investigado por criticar o presidente.

O ex-ministro Ciro Gomes, candidato do PDT à Presidência da República em 2018, foi notificado, no mês passado, pela Polícia Federal por suposto crime contra a honra do presidente Jair Bolsonaro. O inquérito foi aberto a pedido de Bolsonaro e está sendo conduzido pelo ministro da Justiça, André Mendonça. Na notificação, é citada uma entrevista de Ciro, em novembro do ano passado, à Rádio Tupinambá, de Sobral, reduto político da família Gomes.

Na entrevista, Ciro chamou Bolsonaro de "ladrão". Também disse que o povo demonstra "repúdio ao bolsonarismo, à sua boçalidade, à sua incapacidade de administrar a economia do país e seu desrespeito à saúde pública".

Foto: Divulgação