Serão duas opções de motor e o preço ficará entre R$ 75 mil e R$ 90 mil
Aos desavisados, parece que a Fiat parou no tempo. Afinal, como uma marca quer sobreviver no mercado nacional sem um SUV para colocar na vitrine? Contudo, é sempre bom lembrar que o grupo FCA (Fiat Chrysler Automobiles) raspou as economias entre 2014 e 2015 para recriar a marca com uma imagem premium e estratégia generalista. A dupla da Jeep, Renegade e Compass, encerraram 2019 como líder e vice-líder de mercado com 68.726 e 60.361, respectivamente.
Sendo que o Renegade foi o SUV mais vendido da história do Brasil em um único ano.
Agora chegou a vez dos investimentos em SUVs chegarem à Fiat, e não mais à Jeep. “Vamos estrear neste segmento no primeiro semestre de 2021, e no começo de 2022 teremos outro modelo, único e sem comparação com o que existe no mercado”, afirmou Antonio Filosa, CEO da FCA no Brasil, em entrevista a jornalistas em fevereiro. E o modelo de estreia é justamente o baseado no Argo.
O projeto 363 ainda está na prancheta, mas suas “mulas” camufladas já rodam em testes de engenharia, experimentando também as alterações mecânicas que o carro irá incorporar e distribuir pelo portfólio da marca. A existência do projeto foi antecipada pelo site Autos Segredos.
Em tempo: o preço do 363 deve ficar na faixa entre R$ 75 mil e R$ 90 mil, mesma faixa de Hyndai Creta, Nissan Kicks e Ford EcoSport, por exemplo, me isso não interfere, em tese, na faixa de valores em que flutua o Renegade, seu primo rico dentro da FCA. E ainda abre espaço para uma já confirmada versão PcD.
Com 4,10 metros de comprimento, 1,54 m de altura e 1,76 m de largura, o 363 será 10 cm mais comprido, 4 cm mais alto e 3,6 cm mais largo que o Argo, carro que lhe emprestará 95% da plataforma, além, claro, do entre-eixos que não há medidas mas será maior que o do hatch.
Segundo apuramos, o facelift do próprio Argo beberá dessas novas formas. Na dianteira, o SUV terá a sensação familiar que você já viu na nova picape Strada, mas com personalidade própria e mais refino.
A intenção da Fiat é realçar a percepção de qualidade no desenho. Os faróis serão mais esguios, e nos para-choques e na moldura das luzes de neblina haverá dois grandes elementos, inspirados nos faróis da Toro.
Para não elevar os custos em demasia, quase nada relacionado ao monobloco foi alterado. Apenas algumas peças de estampagem à parte, como capô, para-lamas e tampa traseira, serão novas.
O carro também ganhará na altura em relação ao solo, que será de 19 cm — no entanto, são 2 cm a menos do que a linha aventureira do Argo Trekking já oferece. Rodas de 17 polegadas também estarão à disposição. O rack de teto se prolongará até o aerofólio traseiro, outra peça que também crescerá bastante. São esses recursos estéticos que garantem parte do comprimento extra perante ao Argo.
Na traseira, a tampa do porta-malas receberá um leve ressalto após a junção com o vidro. As lanternas serão bem mais afiladas e com elementos semicirculares invadindo um pouco do para-lama do 363. O para-choque recebeu retoques no design e, a exemplo do que aconteceu com o Chevrolet Tracker, terá boa parte dele sem a mesma pintura do restante da carroceria.
Sob o capô, o carro trará apenas duas opções de motor. O 1.3 Firefly, de 109 cv e 14,2 kgfm (com etanol), estará na versão de entrada, que deve ter como novidade um câmbio automático CVT, em vez do Aisin de seis marchas usado na Toro e no Renegade 1.8.
Segundo fonte ligada ao departamento de engenharia, “o câmbio CVT é mais caro que um conversor de torque convencional, mas o ganho de eficiência está acima da ordem para que o preço desse carro não chegue perto dos valores praticados para o Renegade”.
Nas opções mais equipadas, o SUV virá com o novo motor 1.0 Firefly T3 — código interno para designar turbo —, tricilíndrico, com duplo comando variável e potência máxima estimada entre 120 cv e 125 cv, dependendo do combustível. Os novos motores turbo terão câmbio automático em toda a gama Fiat, conforme revelado por Autoesporte.
Foto: Auto Esporte
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