Saúde *

Imagine fumar 100 cigarros em pouco mais de uma hora. Parece terrível, né? Mas é, mais ou menos, o que você consome em uma sessão média de narguilé.

O aroma e o sabor adocicado enganam e dão a essa herança oriental um ar inofensivo e amigável. Mas fique sabendo que o narguilé contém todas as 4700 substâncias tóxicas presentes no cigarro, em níveis até mais altos.

Por não conter filtro, o usuário inala uma quantidade de monóxido de carbono até 30 vezes maior.

Além dos pobres fumantes passivos, que ficam expostos a um ambiente que equivale a 10 pessoas fumando cigarro ao mesmo tempo.

Segundo a American Heart Association, o narguilé pode alterar no curto prazo a frequência cardíaca, o controle da pressão arterial, a oxigenação dos tecidos e a função vascular.

No longo prazo, o consumo pode causar câncer de pulmão e bexiga, doença coronariana e aterosclerose, que é o acúmulo de colesterol nas artérias.

“Ah, mas eu não trago a fumaça”. Mesmo assim, a quantidade de fumaça que passa pela boca já é suficiente para causar câncer na cavidade oral.

Cientistas e pesquisadores seguem trabalhando para desvendar o novo coronavírus (SARS-CoV-2) e tentam entender os efeitos da COVID-19 em humanos. 

Nesse caminho, o diretor-executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni, lembra que o tabagismo é, normalmente, um fator de risco para infecções respiratórias, doenças vasculares, cardiovasculares e pulmonares. Por isso mesmo, o hábito de fumar forma uma "combinação catastrófica" com a COVID-19.

Há uma relação muito forte do tabagismo com o agravamento das condições dos pacientes que se infectam pelo novo coronavírus, como o aumento maior da letalidade. 

Fora esses riscos relacionados ao hábito de fumar, o diretor-executivo da Fundação do Câncer também chama a atenção para o fato de o vírus se disseminar com facilidade, através de gotículas contaminadas de saliva.

Em outras palavras, nem pense em compartilhar, por exemplo, um narguilé. “É um mecanismo de disseminação do vírus muito alto, a ponto de países como o Irã proibirem seu uso em bares e ruas pela possibilidade de propagação, porque passa de boca em boca.

 Também é uma associação muito perigosa”, destaca Maltoni. O mesmo problema ocorre em relação ao uso dos cigarros eletrônicos.

Você já não deveria estar dando um rolezinho para fumar um “nargas” hoje em dia, né?

Por Fidel Forato/Yahoo

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