Reflexão *

“O sábio de coração é considerado prudente; quem fala com equilíbrio promove a instrução” (Pv 16.21 NVI)

O texto bíblico acima referenciado integra o grupo dos “provérbios que exaltam a vida reta”. O versículo indica que a pessoa inteligente age com prudência e discernimento. Suas palavras são dotadas de equilíbrio e resultam em aprendizado. 

A expressão “equilíbrio” significa harmonia. Uma importante definição aponta que o “equilíbrio é a igualdade entre quantidades”, isto é, que se distribui de maneira proporcional sem exageros ou extremismos. No sentido figurado, significa moderação. 

Escrevendo a Timóteo, Paulo assevera que “Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio” (2Tm 1.7 NVI). Aqui o Apóstolo orienta ao jovem Pastor a não se acovardar e nem a ser vencido pelo medo, mas ser equilibrado diante das crises tanto internas como externas. 

Apesar dessas advertências bíblicas, preocupa-me que nesse momento de crise (coronavírus) percebe-se a atitude de certos líderes eclesiásticos que por interesses espúrios e comportamento reprovável não se posicionam com o equilíbrio que o momento requer. 

O isolamento social, por exemplo, amplamente discutido pelos meios de comunicação tem sido motivo de controvérsias. A orientação de confinar todas as pessoas em casa (isolamento horizontal) é defendida por muitos alegando que se trata de obediência a Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Em contrapartida, outros defendem o isolamento vertical, onde apenas as pessoas que integram o grupo de risco e os infectados é que devem ficar em casa. Nesse caso, as pessoas saudáveis deveriam trabalhar para manter o país produzindo e assim evitar o caos econômico. 

Os argumentos a favor desse ou daquele modelo de isolamento provocam acaloradas discussões. O argumento que a OMS ordena isolamento total é de fato uma “meia-verdade”. As últimas orientações reconhecem que cada País deve também tomar medidas de sustentabilidade. 

O chamado isolamento vertical não é simples de ser executado e tem suas deficiências. Mas com os devidos cuidados de higienização e delimitações não é algo absurdo como vociferam alguns. Outros avaliam que não deve ser adotado como padrão nacional, mas que pode ser implantado paulatinamente de acordo com os dados da propagação do vírus em cada região. 

Diante dessa controvérsia, a posição radical adotada pelas autoridades governamentais sinaliza a falta de equilíbrio e de moderação. Infelizmente, todo o posicionamento inflexível e extremado possui pressupostos de ordem política, eleitoreira e ideológica – mesmo que se alegue preocupação com a saúde pública. 

Aliado a isso tudo, parcela da mídia em nada contribui para a busca do equilíbrio. Ao contrário, fomenta o caos, faz uso de dados e prognósticos falaciosos. Promove o medo, incita a discórdia e o ódio no propósito de manipular a opinião pública e desestabilizar o governo federal democraticamente eleito.

Mercê desses fatos, cabe aos líderes cristãos agirem com equilíbrio, não cederem ao politicamente correto e nem se acuarem com o patrulhamento ideológico, mas refutarem o engano e os extremismos, alertar os fiéis para não serem ludibriados, instruírem a observância das ações de profilaxia e exortar a Igreja a perseverar em oração.

 Pense Nisso!

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