Pandemia *                                                                

Atingido pela pandemia do coronavírus, o número de mortos no Brasil é de cerca de 500.000 e enfrenta a ameaça de uma terceira onda devastadora devido ao ritmo lento da vacinação, o afrouxamento precoce das restrições e a circulação frenética de variantes.

O Covid-19 já matou mais de 3,7 milhões de pessoas em todo o mundo desde o final de dezembro de 2019, de acordo com um relatório estabelecido pela Agence-France Presse a partir de fontes oficiais na terça-feira, 8 de junho, no meio do dia.

Depois dos Estados Unidos (598.000 mortos), os países com maior número de mortes são Brasil (474.000), Índia (351.000), México (229.000) e Peru (187.000). Entre os países mais atingidos, o Peru é o que deplora o maior número de mortes em relação à sua população. Esses balanços oficiais às vezes estão sujeitos a reservas, como o da Índia, que pode ser muito maior do que o anunciado.

Uma terceira onda epidêmica mortal à vista no Brasil

Amassado pela pandemia do coronavírus, o Brasil vive um drama sem fim, com a ameaça de uma terceira onda devastadora devido ao ritmo lento da vacinação, o afrouxamento precoce das restrições e a circulação desenfreada de variantes. Alguns epidemiologistas temem que a terceira onda seja ainda mais mortal do que as duas primeiras. E, ao contrário dos países europeus, não há uma verdadeira calmaria entre as ondas: desde meados de maio, a curva de mortalidade se estabilizou em um patamar muito elevado, com uma média de cerca de 2.000 mortes diárias.

A curva de contaminações tem apresentado crescimento constante nas últimas semanas, consequência direta do relaxamento das medidas restritivas que afetam a população. Esse aumento no número de infecções enquanto a mortalidade continua sendo de alto risco gerando "um agravamento da crise da saúde" , alerta a Fiocruz, instituição de referência em saúde pública, em seu último boletim epidemiológico.

Na época do pico da segunda onda, em março e principalmente no início de abril, quando o Brasil tinha dois dias com mais de 4.000 mortes, a maioria dos prefeitos e governadores estaduais impôs toque de recolher e fechamento de negócios não essenciais. Mas essas restrições foram suspensas depois de algumas semanas, muito cedo, de acordo com especialistas.

Outra fonte de preocupação: a variante Delta, que surgiu na Índia, com os primeiros casos confirmados nas últimas semanas em pessoas que ficaram no país asiático. A terceira onda deve atingir o Brasil de frente na época da Copa América, torneio de futebol que o presidente da extrema direita, Jair Bolsonaro, decidiu receber de braços abertos após a retirada de Argentina e Colômbia.  

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📷 Eraldo Peres/AP - Christian Hartmann/Dado Ruvic/Reuters - Olga Maltseva/Behrouz Mehri/AFP

fonte: LeMonde