Saúde *

Iguana Sports e Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte garante que usar máscara não atrapalha na prática do exercício físico

 

A rotina de atividades físicas não precisa parar por causa da pandemia. No entanto, há um item que não pode faltar: a máscara. O momento delicado exige compromisso com os cuidados com a sua saúde e a daqueles que estão em volta. E pode ficar sossegado: o uso da máscara durante o exercício físico não trará qualquer dano à saúde.

Alguns questionamentos têm surgido com relação a esse novo acessório tão necessário em tempos de pandemia. A máscara úmida pelo suor dificulta a respiração durante o treino? A maior dificuldade para inspirar oxigênio pela barreira física da peça gera desequilíbrios metabólicos importantes? Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), a resposta é não.

Estudo recente aponta que usar máscara no treino não atrapalha o organismo

Em informe publicado sobre exercício físico e a Covid-19, a SBMEE esclarece que, quanto ao excesso de suor, o ideal é trocar a máscara quando ocorrer seu umedecimento, o que, durante o exercício, deve ocorrer com maior frequência. Já o desconforto respiratório decorrente do uso de máscara não é significativo a ponto de impedir ou inviabilizar a prática de exercícios físicos. 

O uso de máscaras de proteção, uma obrigatoriedade em muitos locais como medida para evitar o agravamento da pandemia de Covid-19, não atrapalha o organismo durante a prática de exercícios físicos. É isso que aponta um novo estudo, publicado pelo International Journal of Environmental Research and Public Health.

A pesquisa analisou a frequência cardíaca, a oxigenação do sangue, dos músculos e percepção de esforço de um grupo de voluntários durante a atividade física em três cenários: com máscara de tecido, com máscara cirúrgica e sem máscara. Os dados coletados não apresentaram variações relevantes entre si.

O grupo de 14 voluntários foi formado por pessoas de diferentes aptidões físicas – de pessoas consideradas sedentárias a ciclistas de elite – e foi submetido a um aquecimento e sessões de exercícios em uma bicicleta ergométrica.

No bloco principal, com duração de 12 minutos, os voluntários tinham que manter a cadência de pedalada enquanto a resistência crescia progressivamente – os testes com máscara de tecido, máscara cirúrgica e sem máscara foram feitos em dias diferentes com cada pessoa, para permitir a recuperação.

As pessoas responsáveis pelo estudo não encontraram diferenças na performance, no nível de oxigenação dos músculos e no pico de força dos voluntários entre as três situações. Também não viram diferenças nos níveis de oxigenação sanguínea, o que ocorreria se a respiração fosse afetada.

“Pode haver uma percepção de esforço maior durante o exercício, mas os efeitos de usar uma máscara na respiração, em gases como o oxigênio e o CO2 no sangue ou outros parâmetros fisiológicos são pequenos, geralmente pequenos demais para serem detectados”, afirma a líder do estudo, Susan Hopkins, da University of California San Diego School of Medicine.

O estudo, conduzido pela University of Saskatchewan College, contou com um número pequeno de participantes – todos adultos jovens e saudáveis – e em uma situação específica esportiva, mas uma outra pesquisa recente aponta para o mesmo caminho.

Um trabalho publicado no Annals of the American Thoracic Society analisou todos os estudos já publicados sobre como as máscaras afetam o psicológico das pessoas e suas respostas ao exercício.

A conclusão é que algumas pessoas podem ter uma percepção de esforço maior ao treinar com as máscaras de proteção, mas que isso não provém de supostas mudanças na respiração ou no fluxo de gases no sangue.

📷 Divulgação

fonte: Unimed/Iguana Sports