O antigo presidente dos EUA, George W. Bush, foi quem ordenou a invasão de 2001 para derrubar o regime dos talibãs no Afeganistão © AFP PHOTO / THE WHITE HOUSE
George W. Bush foi o presidente dos EUA que iniciou em 2001 a guerra no Afeganistão. Pede agora a Joe Biden para acelerar a retirada de afegãos e de cidadãos norte-americanos.
O ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou que tem assistido à tomada relâmpago de Cabul pelos talibãs "com profunda tristeza" e pediu a Washington que acelere a retirada de afegãos e de cidadãos norte-americanos do país.
Bush foi o presidente norte-americano que ordenou a invasão de 2001 para derrubar o regime dos talibãs que protegeu o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, após os ataques do 11 de setembro em Nova Iorque, que mataram 2977 pessoas.
Num comunicado divulgado na segunda-feira, o 43º líder dos EUA referiu que ele e a ex-primeira-dama, Laura Bush "estão prontos" para dar "o apoio e assistência neste momento de necessidade", depois da tomada do poder em Cabul pelos talibãs, que levou dezenas de milhares de pessoas a tentar fugir, muitos temendo retaliação por se terem aliado ao governo apoiado pelos EUA que liderou o país nas últimas duas décadas.
"Laura e eu temos assistido aos trágicos eventos em desenvolvimento no Afeganistão com profunda tristeza", disse Bush.
"O nosso coração está pesado pelo povo afegão que sofreu tanto e pelos americanos e aliados da NATO que tanto se sacrificaram", lê-se no comunicado.
Bush expressou confiança de que a evacuação será eficaz, mas exortou o presidente Joe Biden a reduzir a burocracia e acelerar a retirada de afegãos e de cidadãos norte-americanos do país.
"O Governo dos EUA tem autoridade legal para reduzir a burocracia para os refugiados durante crises humanitárias urgentes. E temos a responsabilidade e os recursos suficientes para garantir uma transição segura para eles agora, sem atrasos burocráticos", defendeu.
A administração de Bush foi criticada por desviar seu foco do Afeganistão nos primeiros anos do conflito para invadir o Iraque, permitindo que a luta com os talibãs se arrastasse sem um propósito claro.
As Forças Armadas "mantiveram os EUA protegidos de novos ataques terroristas", defende Bush
Mas o ex-presidente argumentou que o conflito afegão não foi em vão, defendendo que as tropas americanas eliminaram "um inimigo brutal" enquanto construíam escolas e forneciam atendimento médico, ao mesmo tempo que homenageia os soldados que combateram no Afeganistão.
"Muitos de vocês lidam com feridas de guerra, visíveis e invisíveis. E alguns dos vossos irmãos e irmãs de armas fizeram o maior sacrifício na guerra contra o terror", destacou.
Afirmou que as Forças Armadas "mantiveram os Estados Unidos protegidos de novos ataques terroristas, proporcionaram duas décadas de segurança e oportunidades para milhões e deixaram os EUA orgulhosos".
"Agradecemos do fundo dos nossos corações", afirmou Bush e a mulher, dirigindo-se às tropas americanas que serviram no Afeganistão.
DN/AFP
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