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O Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) realizou a pesquisa Mídia, Sistema de Justiça Criminal e Encarceramento: narrativas compartilhadas e influências recíprocas, sobre a cobertura jornalística da justiça criminal. 

Os dados obtidos indicam que a imprensa influencia advogados, juízes e promotores, o que justifica a importância de se discutir a relação entre jornalismo e justiça.

O estudo, apresentado em um seminário no canal do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no YouTube, analisou 474 notícias de 63 veículos de informação e 681 sentenças judiciais no período de 2017 e 2018. 

Os resultados indicaram que em 25% das matérias analisadas não havia fontes de informação, apenas em 33% delas havia mais de uma fonte e em três em cada quatro matérias sobre casos criminais no Brasil (cerca de 74%) são apresentados apenas argumentos da acusação.

A pesquisa analisou também, entre outros aspectos, as características gerais do consumo de mídia e das notícias sobre o tema. Em diversos casos analisados, por exemplo, a cobertura jornalística da justiça criminal foi pautada por racismo, preconceito e pressão por punição.

O diagnóstico permite traçar propostas formativas tanto para os diferentes atores do sistema de justiça, quanto para a própria mídia, para a compreensão do papel compartilhado desses agentes no fenômeno do encarceramento em massa e da superpopulação carcerária.

Por Victor Félix

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