No Nordeste, a falha mais extensa é conhecida como Samambaia e atravessa parte do território do Rio Grande do Norte, tendo cerca de 38 Km de extensão e em média 4 Km de largura.



Recentemente o estado do Rio Grande do Norte vem sentindo uma reação sismológica com mais intensidade e se tornou preocupante para a população potiguar e de estados vizinhos, assim como todo o nordeste brasileiro. 

Desde o dia 19 de julho que o Laboratório Sismológico do RN vem registrando esses sinistros no estado. O LabSis é operado pelos técnicos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e diariamente vem acompanhando esses eventos da natureza. 

Os tremores sentidos pelos potiguares, já vem sendo sentido também nos estados da Bahia e no Ceará nestes últimos dias de julho. 

As localizações epicentrais são simbolizadas pelas estrelas vermelhas no mapa. 

Registros da EcoNordeste mostra dados preocupantes, pois neles podemos ver os dados históricos de tremores na região por um todo. 

Veja os registros abaixo: 

Algumas cidades do interior nordestino já foram marcadas por pequenos terremotos que despertaram curiosidade e em alguns casos preocupação dos moradores das áreas próximas aos epicentros

No Ceará, sismos de magnitude entre 1.1 a 2.2 atingiram municípios de diferentes regiões, tais como Massapê e Sobral, no norte cearense; e Chorozinho, na Região Metropolitana de Fortaleza. A propósito, foi no Estado que ocorreu o registro oficial de terremoto com maior magnitude na história do Nordeste. 



Em 20 de novembro de 1980, a terra tremeu com força atingindo 5.2 na escala Richter, sendo sentida em Fortaleza e Natal. 

O epicentro foi na localidade de Brito, pertencente ao município de Cascavel, mas no limite com o município de Chorozinho, na época distrito de Pacajus. Nada menos que 488 residências foram atingidas, houve um número impreciso de feridos e, felizmente, nenhum óbito. 

Embora com magnitude um pouco menor, 5.1, o terremoto de João Câmara, no Rio Grande do Norte, registrado no dia 30 de novembro de 1986, deixou um saldo de destruição ainda maior: 4 mil casas danificadas e um grande êxodo de pessoas.

“A falha mais ativa e sísmica que existe no Nordeste fica nessa região. Na época dos maiores terremotos, as pessoas dormiam nas ruas porque tinham medo de que à noite as casas viessem abaixo”, conta o geógrafo e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Rubson Maia.



 

Porque o Nordeste?

alta sismicidade nordestina pode ser explicada em parte por forças tectônicas gigantescas que atuam nesse momento na placa Sul-Americana, mas também por fenômenos que ocorreram antes da separação Brasil-África ocorrida há cerca de 105 milhões de anos.

“Nós temos no Nordeste uma densidade de fraturas muito elevada e tensões que estão se acumulando na crosta. Ou seja, você tem um contexto ideal para terremotos, mesmo considerando que nós não somos uma margem ativa, como é a costa do Chile, e que nós estamos no centro de uma placa tectônica”, explica Rubson Maia.

A propósito, vale explicar a diferença entre placas, falhas e fraturas. A crosta terrestre, que é uma camada rochosa relativamente fina, não é uniforme e apresenta uma série de divisões. 

As maiores e mais conhecidas são as placas tectônicas, gigantescos blocos de rocha de proporções continentais e que estão em lenta, mas constante movimentação sobre uma camada de magma (lava vulcânica), chamada de manto.

Por sua vez, as falhas são rupturas de blocos de rocha de uma placa tectônica, que geralmente se manifestam em faixas estreitas da superfície. 

No Nordeste, a falha mais extensa é conhecida como Samambaia e atravessa parte do território do Rio Grande do Norte, tendo cerca de 38 Km de extensão e em média 4 Km de largura. Já as fraturas são quaisquer quebras de blocos de rocha, mesmo que esses não se manifestem na superfície e estejam, por vezes situadas em pontos profundos da crosta.

Em comum, onde há um dos dois fenômenos geológicos (ou ambos) a atividade sísmica costuma ser maior. O principal desencadeador de um terremoto, contudo, é a liberação de tensão acumulada na crosta por conta dos movimentos das placas. No caso da placa Sul-Americana, há dois movimentos principais: um na direção leste-oeste, que ao mesmo tempo nos afasta da África e nos faz colidir com a placa do Pacífico, e outro no sentido norte-sul.



Veja nota do Labis/UFRN deste domingo 26/07

A terra voltou a tremer no litoral do estado do Rio Grande do Norte neste domingo (25). Após oito tremores serem registrados na região apenas hoje, mais um evento foi registrado pelas estações sismográficas operadas pelo Laboratório Sismológico na Plataforma Continental.

Às 18h07 UTC, um tremor de terra, de magnitude preliminar 2.1 mR, foi registrado pelo LabSis/UFRN. 

As estações responsáveis pelo monitoramento desses eventos estão localizadas nos municípios de João Câmara que tem duas estações e Riachuelo com uma estação, ambas no estado do RN. 

Os tremores de magnitudes maiores, que ocorreram às 03h06 UTC e 03h36 UTC, foram sentidos pela população do Rio Grande do Norte, principalmente da região litorânea, que ainda na madrugada e na manhã deste domingo relataram nas redes sociais o que sentiram. 

Caso haja alguma informação nova, o LabSis/UFRN realizará as adições nesta mesma publicação ou publicará uma nova notícia.

O LabSis permanece monitorando e divulgando toda a atividade sísmica que ocorra na região do estado do Rio Grande do Norte em tempo real.

📷 Divulgação

Por Geilson Souto/EcoNordeste e LabSis/UFRN