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 O Brasil chega à final de uma competição cujo início foi marcado por um manifesto dos atletas brasileiros contrários à sua realização. 

Após cinco jogos sem um time titular definido, o Brasil fez nesta segunda-feira (5) sua melhor partida, venceu o Peru por 1 a 0 e conquistou uma vaga na final da "rejeitada" Copa América, competição da qual os jogadores brasileiros inicialmente se queixaram em participar. 

 A seleção vai tentar defender o título conquistado na última edição (2019) e ser campeão pela décima vez da Copa América no sábado (10), no Maracanã, contra o vencedor de Argentina e Colômbia, que se enfrentam nesta terça-feira (6). 

A vitória brasileira sobre o Peru no estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, foi selada com gol do meia Lucas Paquetá no primeiro tempo. 

Fazendo testes ao longo de todo o torneio, o técnico Tite optou por escalar Paquetá desde o início para fazer companhia a Neymar na criação das jogadas. 

Ainda que com um placar menor do que tem os que tem aplicado aos rivais peruanos —nas últimas duas partidas contra o Peru, o Brasil marcou 4 gols em cada uma—, a escalação resultou num dos melhores desempenhos da seleção no campeonato, com muitas chances de gol criadas na primeira etapa. 

No segundo tempo, a equipe suportou bem os ataques peruanos e conseguiu sair da defesa com mais facilidade e controlou a partida. 

O primeiro gol saiu justamente de um passe de Neymar para Paquetá chutar de dentro da área, aos 34 minutos. Antes, o meia já havia dado bom toque para Richarlison, que serviu o atacante do PSG para chutar para fora. 

O goleiro peruano Callese fez duas boas defesas consecutivas em chutes de Neymar e Richarlison. O volante Casemiro fez duas boas tentativas de fora da área. 

Ao mesmo tempo em que conseguiu criar boas jogadas, a equipe de Tite manteve sua marca com uma defesa segura sem sofrer susto. A equipe sofreu apenas dois gols nos últimos dez jogos. 

No segundo tempo, o Peru pressionou no ataque nos primeiros 15 minutos, mas não conseguiu empatar. 

Esta edição da Copa América estava marcada para ocorrer na Argentina e na Colômbia, mas os países cancelaram a realização do evento em razão da pandemia e de protestos, respectivamente. O governo Jair Bolsonaro aceitou sediar a competição em cima da hora. 

A movimentação que começou com uma expectativa de mobilização dos jogadores para criticar a aceitação do governo brasileiro em receber o evento em meio à pandemia terminou num manifesto pouco político. 

"Por diversas razões, sejam elas humanitárias ou de cunho profissional, estamos insatisfeitos com a condução da Copa América pela Conmebol, fosse ela sediada tardiamente no Chile ou mesmo no Brasil", afirmava o manifesto dos jogadores no início da competição. 

As críticas, sem teor político, permaneceram até a véspera da competição. Tite foi multado por afirmar, um dia antes da estreia da seleção, que a competição foi organizada de forma atabalhoada. 

Ao longo do torneio, as críticas passaram a se concentrar na qualidade dos gramados dos estádios. O técnico brasileiro chegou a pedir diversas vezes, sem sucesso, para que os jogos deixassem de ser realizados no Engenhão —como é conhecido o estádio Nilton Santos. 

Brasil 

Ederson; Danilo, Marquinhos, Thiago Silva e Renan Lodi (Éder Militão); Casemiro e Fred (Fabinho); Éverton Cebolinha (Everton Ribeiro), Neymar, Richarlison (Vinicius Júnior) e Lucas Paquetá (Douglas Luiz). T.: Tite. 

Peru 

Pedro Gallese; Callens, Ramos (Raziel Garcia) e Santamaría; Corzo, Sergio Peña, Tapia (Távara), Yotun e Trauco (Marcos López); Cueva (Ormeño) e Lapadula. T.: Ricardo Gareca 

Estádio: Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ) 

Árbitro: Roberto Tobar (CHI) 

Assistentes: Christian Schiemann e Claudio Rios (CHI) 

VAR: Derlis Lopez (PAR) 

Cartões amarelos: Vinicius Júnior (BRA); Yotún e Marcos Lopes (PER) 

Gol: Lucas Paquetá (BRA), aos 34'/1ºT

                                                                                        📷 CBF

                                                          Por Ítalo Nogueira/Yahoo